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Dia de Aniversário


Prairie Winds…, originally uploaded by The Nature of Things.

 

nada de espelhos. nada!

não renego reflexos.
até colecciono fragmentos.

mas prefiro as cúpulas celestes
ou as asas do profano humano
que chora o sonho.

porquê?
porque ouso,
apesar das marcas das passagens,
persistir no caminho do in-finito.

ao longe,
incólume,
o tempo assiste ao fluir do vento.

e, mais uma vez, o ritual é comungado.

obrigado…

Brevidade / Briefness

open arms, originally uploaded by xgray.

 

a metodologia profana é o desvendar dos dedos.
frágil meio que versa a comunhão do Ser
sem perceber que a coexistência
é um labirinto de vaidades rendilhadas,
albergando breves compassos
plenos de momentos individualizados.

vozes são erigidas diariamente para a subsistência das duas esculturas,
mas é semanalmente que se contraem os voos.

planicies são ilusão.
não há cornucópias na dobra do horizonte.
e, no regaço do declive, os estios serão sempre sazonais.

=====

the profane methodology is the unveiling of fingers.
frail medium about the fellowship of being
unaware that coexistence is a maze of laced vanities,
harboring brief compasses
filled with individual moments.

daily voices are raised to the livelihoods of the two sculptures,
but it’s weekly that flights are constricted.

plains are illusions.
there’re no cornucopias on the horizon bends.
and, in the slope’s lap, summers will always be seasonal.

Vozes d’outros (33)

“I YEARS had been from home,
And now, before the door,
I dared not open, lest a face
I never saw before

Stare vacant into mine
And ask my business there.
My business,—just a life I left,
Was such still dwelling there?

I fumbled at my nerve,
I scanned the windows near;
The silence like an ocean rolled,
And broke against my ear.

I laughed a wooden laugh
That I could fear a door,
Who danger and the dead had faced,
But never quaked before.

I fitted to the latch
My hand, with trembling care,
Lest back the awful door should spring,
And leave me standing there.

I moved my fingers off
As cautiously as glass,
And held my ears, and like a thief
Fled gasping from the house.”

Emily Dickinson (1830–86)

Boa Páscoa / Happy Easter

.
 

que esta Páscoa concretize a passagem para uma atitude melhor.

e que as palavras sejam o primeiro passo para essa redenção viva, aquela que ilumina o espírito humano e que significa a renovação dos elos que nos unem em comunidade
e que nos fazem florescer no MultiVerso!

===

may this Easter materializes the passage to a better attitude.

and may the words be the first step to that living redemption, the one that illuminates the human spirit and meaning the renewal of the ties that bind us together as a community,
thus allowing us flourish in the multiverse!

Vozes d’outros (32)

Há Palavras que Nos Beijam

“Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.”

Alexandre O’Neill (1924-1986)

Ómega

The Temple of Poseidon, originally uploaded by photogon.

 

 

penso no princípio.
na chave em voz. no quarto que origina a vontade.
penso no principio porque não sei se o escrevi.
tantas são as certezas como as loucuras.
e rio no quarto. sozinho. no embalo do eco
onde se desfralda a língua do silêncio.

mas há vozes audíveis!
rompidas pelos desertos em concepção
na alegoria do quarto já percorrido,
quase preenchido em vazio,
que por um acaso – triste, alguns dirão –
é ocupado pelo choro dum bebé recém-nascido,
no desfragmento do desejo.

talvez o tempo seja sustido por um suspiro. talvez?
no entanto, propago-me.
e acontecem incógnitas sensoriais nas equações espaciais,
vibrações que moldam deltas em fluxo ritmado,
numa sinfonia de sossegos compassados.

ah! trapezistas audazes.
que se abraçam no etéreo, solto,
na vigilância da harpa indomável.
também quero um desfragmento inteiro.
também quero voar num espaço sem rede.
talvez assim consiga recriar o instante.
ou sair pelo caminho mais curto.

mas as paredes continuam caladas
e a linguagem não exprime o sentir.
como queria retornar ao local do encontro!
mas o quarto não é um talvez,
nem esconde deliberadamente a fechadura.
sem escrita não há memória.
sem voz, que haverá?

e eu penso no princípio.
penso no princípio porque desejo o futuro!

 

in Diálogos, Epístolas Inertes

Perguntas

Silouette, originally uploaded by Bruehl, Holly.

 

 

Olhava para ti
rendido,
quando após um suspiro,
sentido,
perguntaste:
Que queres de mim?

Explorar – Respondi.
Quero explorar
a tua presença,
a tua amizade,
as tuas palavras,
o teu sorriso…
Quero o universo do teu ser,
conhecer.

Para assim,
com uma pequena parte de mim,
o preencher.

 

in 30 Poemas de Amor e Um de Recordação
Especial Dia dos Namorados

MirageM


Paper Wind, originally uploaded by joniidx.

 

todo o vento é desfraldado em papel.
como uma mácula que se destina ao início.

instantes de sonho,
em cujo gérmen ocorre a doçura da ilusão,
no desejo pela coincidência da preguiça.

não há necessidade de renascer.
quando muito, devemos continuar a permanecer
no veludo tecido pelas ondas.

mas somos animais mutantes de alma presa,
subjugados pelo peso da incoerência:
cremos ser o que não somos
e almejamos o panteão das divindades.

 

Night wishes / Desejos nocturnos


Night @ SeaSide, originally uploaded by ristozz.

 

night wishes that torment me
do not make hopeful days.

wishes! nevertheless.
wishes for recognition,
… for freedom and daring voice.

as in me sound is constant,
cradle of clouds, needed thunder
for the claim of my human condition.

but, coming from time, the horizon question
when thou shalt be whole?
when thou shalt be uno?

if you want to know the difference
dark days are mandatory.
no switch can be touched
only a journey must be fullfilled

and I finally realize:
I am my fate’s creator.
only I can be change.

==========

desejos nocturnos que me atormentam
não fazem dias esperançosos.

desejos, no entanto!
desejos de reconhecimento,
… de liberdade e voz audaz

porque me mim o som é constante,
berço das nuvens, trovão necessário,
para a afirmação da condição humana.

vinda do tempo,
a voz do horizonte pergunta:
quando serás inteiro?
quando serás uno?

se queres conhecer a diferença
dias escuros são obrigatórios.
nenhum atalho pode haver.
apenas a viagem deve ser preenchida!

e finalmente compreendo:
crio o meu destino
só eu posso ser mudança.

 

in Substance(S)

depois da pátria


Greece Naxos Apollon Temple, originally uploaded by j0rune.

 

depois da pátria é o futuro porque pátria foi o que concedemos
a terceiros que nos representam, esquecendo-se donde vieram.
mas até o futuro pode ser questionado
se os comportamentos não mudam.

e os rostos continuarão a perder a face da vergonha,
livremente, em plena vontade,
felizes pela ascensão às migalhas do domínio.

como se não houvesse subjugados,
reina a ilusão da permanência.
todos somos serventes,
ó companheiros do infortúnio.

é necessário abater os pedestais
para que o espanto não padeça mudo!

(13 de Maio de 2011)

Vozes d’outros (31)

Aprender com as palavras a substância mais nocturna

 

“Aprender com as palavras a substância mais nocturna
é o mesmo que povoar o deserto
com a própria substância do deserto
Há que voltar atrás e viver a sombra
enquanto a palavra não existe
ou enquanto ela é um poço ou um coágulo do tempo
ou um cântaro voltado para a própria sede
talvez então no opaco encontremos a vértebra inicial
para que possamos coincidir com um gesto do universo
e ser a culminação da densidade
Só assim as palavras serão o fruto da sombra
e já não do espelho ou de torres de fumo
e como antenas de fogo nas gretas do olvido
serão inicialmente matéria fiel à matéria.”

 

António Ramos Rosa in O livro da ignorância

Fluência


Big Bang Fractal, originally uploaded by James Willmott.

 

o grito é um quadro mudo, uma boca acesa ao espanto
entregue à agudeza do declive esmagador,
onde brotam as palas orais do deserto.
quando acontece o convívio do silêncio extenua-se
a linha do monólogo pensante, num multiplicar inomeável
que reforça os membros do tempo.

o espectro não é linear nem obedece aos sons do destino.

desenrola-se.
como um desvelo de prazer egoísta,
omnipresente e justo.

assim se atinge o óbvio.
sem possibilidade de arbítrio,
mas na possibilidade do abraço
aos humores da rotação.

o trilho é uma ruptura vadia.
nada sangra. apenas cessa o verbo!

in Sons Urbanos

Reflexos

 

espelhos de água,
almas antigas.

veios tubulares suspensos
aguardam o ascender das lágrimas tombadas.
sonhos que regressam ao céu,
pelos cachos em profundo azul.

retornam os cruzamentos passados
como coroas em silêncio resplendoroso,
ou rubis incrustados em imagens
na escultura que procura o coração.

mãos despojadas sucumbem!
ao ardor da visão desejada,
lamentando o desnudar do esquecimento.
e o sangue é origem.
é o sangue que dá vida!

no mármore arrefecido,
em todos os instantes da criação,
ainda brilha a auréola primordial.
faces renovam-se.
hipóteses multiplicam-se
só a espécie permanece indiferente!

água em espelhos,
almas perdidas.

 

in Diálogos, Epistolas Inertes

Anomalias?

"Mutações Genéticas" pintura em acrílico de Luiz Morgadinho

 

queres pintar hereditariedade?

sabes que nenhum lado é individual no horizonte da aura?
sabes que a ilusão é uma cerca sensorial?

então,
liberta os dedos do pensamento
nas espirais onde florescem os troncos,
crava as garras nos cumes anões,
faz dos peixes invertebrados alados.

os jardins ascenderão aos nimbos pela mutação das guelras
e as bocas ectotérmicas nascerão nos quadrúpedes desterrados.

o sonho em fartura rende-se ao apelo dos sons em unissono
e no silêncio do vento, funde-se metamorfose.

queres pintar genética?

abre os olhos!

 

in Sons Urbanos

Vozes d’outros (30)

Dá-me de beber …

 

“Dá-me de beber em tuas mãos
uma nesga do céu
sem coares as nuvens… que passam.
Morde (se quiseres)
a romã entre a rosa e o amanhã.
Prisioneira de um mito
liberta-me (se quiseres)
na próxima primavera:
puxa-me as verdes tranças
arrebata-me do trono e de seu rei obscuro
Leva-me (se quiseres) em teus braços
para onde fores e seremos primavera.
As primícias serão tuas:
as mais belas campânulas
tilintando ouro ao sol
prata sob a lua.
O que dizer do que seremos
se mudamos a cada gesto?
Dança pura.
Dá-me de beber em tuas mãos
uma nesga do céu
sem coares as nuvens que passam.”

 

Dora Ferreira da Silva (1918-2006)

verbo azul

Manuela Salema – Livro plantado – 2007

 

uma pena solta.
um ramo suspenso.
uma página aberta ao futuro.

Deusa do jardim das safiras,
levitas no lago etéreo do desejo,
na amalgama das eras,
entre as encostas do meu peito
e mares em índigos sonhados.

floresce uma rosa, qual semente no coração.

marcas do tempo subsistem,

mas o Verbo da criação
é o livro azul da origem,

onde somos In-finito!

outro momento


the time machine., originally uploaded by shaman..

 

e se te disser que a terra é curva?
que o planeta é plano?

rasgarás os dias?
desfolharás o calendário?

só os números se sucedem sucedâneos,
entregues a uma contagem condicionada,
onde,
solto da gravidade,
se sente o fio da existência.

havendo medidas,
terá sempre que se desfraldar um recomeço.

nas espirais do tempo rege a ilusão das metas, mas nada deixa de fluir.

um passo termina,
outro momento acontece.

e festeja-se!

Para o meu filho Vasco


Iris_Nebula, originally uploaded by Lua Samsara.

 

Meu filho, sou um sonhador!

Sou alguém que acredita em valores, na família, na amizade, alguém que agradece os ensinamentos transmitidos, a começar pela dádiva da existência, recebida dos teus avós e, finalmente, sou alguém que pensa e questiona o que me rodeia.

Nota que o que nos rodeia não é fácil. Ainda bem. Porque a vida não é fácil. Exige esforço e dedicação, no respeito pelo pluralismo das circunstâncias humanas.

Mas viver será muito mais difícil se não sonhares. Por isso, meu filho, sonha e muito! Não deixes que os sonhos se tornem ilusões, nem nunca deixes de viver os sonhos.

E que os teus sonhos te façam generoso, te façam explorar o multiverso que existe para além do horizonte, te acompanhem durante a vida, te iluminem o coração e te permitam questionar o cosmos, para cresceres em comunhão com os teus semelhantes e em concordância com o todo.

Meu filho, hoje, por ti, dei o segundo passo na eternidade. Sou pleno no todo!

Só tenho mais esta esperança:
Que os teus sonhos aconteçam porque tu excedeste todos os meus!

O teu Pai,
25 de Maio de 2011

Amapolas


Amapolas, originally uploaded by ·GeorG·.
 
 

a inevitabilidade da crença deve conduzir ao rasgar da fé.
nada é perfeito, nada fica incólume após o toque humano.
e sente-se a raiz do choro,
cujo advento faz a proclamação do trilho terreno,
que alimenta a condição mortal.

nos momentos em que os halos vermelhos se erguem
para a redenção,
existência acontece pelo verter das lágrimas
que sucumbem às echarpes em luz solar.

talvez a ilusão seja uma necessidade?
mas, apenas o sonho é seguido,
apenas o sonho propícia a expiação.

ser ou dever ser,
é a constante do diálogo.

que produz as cores do horizonte.

 

Dia da Mãe / Mother’s Day


IMG_4104, originally uploaded by vfswa.

 

Num segundo,
um som,
uma anunciação:
choras!
e existes para o mundo.

Ao ver-te,
com ternura, recebe-te
e no silêncio duma prece,
[a Deus] agradece.

Mãe!
Num momento de dor
gera
a vida com amor.

Mãe!
Haverá alguma sensação
que ofereça maior protecção?

 

In a second,
one sound,
an announcement:
one cry!
life borns into the world.

Seeing you,
with tenderness, welcomes you
and in a silent prayer,
[God] thanks.

Mother!
in a moment of pain
generates
life with love.

Mother!
Is there some sensation
that offers greater protection?

Rebanhos


Sheep may safely graze, originally uploaded by Photoma’s World.

 

ventos escorrem suaves.
mas, ao largo, nada se comove.

nem os agrados macilentos!

talvez haja improbabilidade nas dinâmicas?
ou mera pertença esquiva?

as interpretações mais solitárias
são vociferadas pelo conjunto.

há porta-vozes mordazes!
airosamente plantados sem escrutínio.
livres de escrúpulos e dos tempos idos,
plenos na sobrevivência instintiva.

não há resistência quando as perguntas ficam inertes.

no dialogo suspenso, o ciclo é desmembrado.
tudo é réplica interrompida.
mesmo aqueles que não o julgam, são marionetas.

quantas ovelhas são realmente livres?

 

in Sons Urbanos

Vozes d’outros (29)

Subtileza

 

“quão subtil pode ser o espinho que sinto cravar-me os olhos,
a indelicadeza de uma não palavra no teu poema desesperado,
o pôr-do-sol derramado no longe a que te votas.
a subtileza é um gesto demorado,
como câmara lenta de uma imagem que nasce no centro das mãos,
estames que inspiram olfactos de terra,
ínfimas pétalas que se sobrepõem numa disputa da tua mirada.
mas não sou eu que me ofereço, são elas!
eu, serei subtil como o silêncio interior dos teus pensamentos
que te rondam nos segundos vagos
e te ocupam o desejo.”

 

Luísa Azevedo

Estrela-do-mar

 

só os corpos sofridos atingem a redenção das águas.

vida sem dor é existência ser ardor
e os rasgos fazem pulsar o coração

onde gotas vermelhas contam o tempo
que mede o horizonte da iris.

a oscilação do desejo depende
do sussurro que chora pelo azul.

todavia, a palpitação dos grãos é real!

 

 

Dia do Pai / Father’s Day


Father& Son, originally uploaded by Christolakis.

 

Não sei
porque me é difícil
mostrar
o quanto és
para mim,
no meu coração.

Não sei
porque é tão difícil
construir,
as pontes que permitam
reforçar,
a nossa união.

Pensei
que as divergências
fossem
simples de ultrapassar,
apenas,
próprias
do conflito da geração.

Só sei
que
sem ti nada seria,
contigo,
tudo sou.

I don’t know
why it’s so hard,
show
how much you’re
in my heart.

I don’t know
why is so difficult,
build,
bridges that allow
the strengthening
of our union.

I thought
that the divergences
were
simple to overcome,
mainly,
due
to the conflit of generations.

I just know
that
without you I’m nothing.
With you,
I’m everything.

 

Revestimento


music, originally uploaded by re:nay.

 

no retiro das semibreves,
sou banhado pelos raios de luz
que serpenteiam as savanas roxas.

onde o verbo inexprimível
é visão concretizada
no palpável das espirais da aura.

tudo conflui na melodia
dos sentidos cardeais
e dos interstícios das partituras vazias.

a coesão das partículas estremece
e a rapidez dos electrões adormece.

fractais e outras ondas
constituem-se renovadas.

e expurgam-se as falências humanas,
essas pequenas imanências
que estruturam o âmbito celeste.

 

in Interlúdios da Certeza

Estética


Sunflowers, originally uploaded by Eric E Haas.

 

“A beleza é a expressão do infinito no finito” – Schelling

Arte,
ciência e religião
são grandezas numa dimensão superior.
Manifestações individualizadas pelo colectivo particular.

O valor da pureza inteligível,
o estádio supremo da estética,
os limites a atingir,
são o Bem e a Verdade.

Eis onde o individual se funde no contínuo!
Eis onde o todo é compreendido!

in Metafísica [Poética]

 

Vozes d’outros (28)

If

“If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
…Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise:

If you can dream–and not make dreams your master,
If you can think–and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build ‘em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: “Hold on!”

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings–nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And–which is more–you’ll be a Man, my son!”

Rudyard Kipling – 1865-1936

queres?


desire, originally uploaded by bcfp.

 

somos?
somos o improvável da manhã e a nuance nas árvores caducas.
somos o crepúsculo das flores e a luz que vela a noite.

somos?
somos a tristeza da separação ou a incerteza da espera.

mas o fogo acontece
e somos flama desprendida,
desejo imortal, ondas em perdição

toda a carne se quer, toda a alma se entrega
à intensidade do momento que gera o suspiro do corpo.

algures, o tempo permitirá o alento.

e o beijo fecundará o Verbo,
e a entrega acontecerá serena,
nos braços da paixão.

somos!
somos o inevitável!

queres?

Agradecimentos – 30 Mensagens de Amor e 1 Recordação – Porto

Na tarde de hoje, 12 de Fevereiro de 2011, apresentei o meu quinto livro de poesia – 30 Mensagens de Amor e 1 Recordação – na presença de famíliares e amigos, todos apreciadores de poesia. Melhor não seria possível!

Agradeço a todos os presentes, fisicamente e em espírito, e reitero a minha gratidão ao meu editor, Jorge Castelo Branco, que acredita nas minhas palavras, à prefaciadora, Maria Luísa Malato, à posfaciadora, Hercília Fernandes, poetisa brasileira, e à Luísa Azevedo, que gentilmente deu voz aos meus poemas.

Numa ténue tentativa de retribuição, reproduzo algumas das palavras que me dedicaram.
Muito obrigado!

Estamos aqui reunidos para o lançamento deste livro, já prometido, aquando do lançamento em Outubro do ano passado de “Diálogos, Epístolas Inertes”. Oportuno dizer que seria este o livro que o autor mais vontade tinha de ver editado, na altura, mas subjugado foi por motivos menos românticos e mais materiais: Fevereiro e o Dia dos Namorados.
Como tal, achamos oportuno trazer a público, nesta data consagrada ao amor, um poemário que, no nosso entender, nos reconcilia com a poesia amorosa, empenhada que está, ultimamente, ela e os seus autores, em abordagens piegas, sensaboronas e insípidas, por um lado, ou dramaticamente pungentes, perpassadas de dores tais que fará o mais desprevenido dos leitores desejar-se beato a salvo de tão horriveis flagelações.
Oportuno dizer que escrever poemas de amor é tarefa difícil à qual nunca me atreveria; acabaria desde logo com a minha racionalidade. Depois, pela responsabilidade da tarefa: todos bem sabemos que o amor não pode ser empiricamente comprovado nem tão pouco demonstrado, apenas sentido. Ora, o efeito de um livro de poemas de amor, por consequência, será, idealmente, a capacidade do poeta em projectar por palavras e imagens poéticas algo em que o leitor comum se reveja, solidária e apaionadamente. Assim, estes 31 poemas, que o poeta escreve a destinatária certa, poderão proporcionar mês inteiro de felicidade a outro alguém.
Muito obrigado
Jorge Castelo Branco

Para uma Poética do Enamoramento
Por Maria Luísa Malato

Para falar de amor é preciso procurar as nossas origens, ir até ao mais fundo, ao mais remoto de nós. Os nossos primeiros gestos, todos desajeitados, as nossas primeiras palavras, todas novas. As primeiras lembranças que temos de ter pedido alguma coisa qualquer coisa que sabíamos fazer-nos falta. É aí que vamos encontrar o que dará origem à poesia e ao amor, é aí que vamos poder fundar a poética do enamoramento. Os académicos do século XVIII preocuparam-se muitas vezes com estas minudências: que língua falavam os homens quando começaram a falar?, que sons lhes saíram da boca que não fossem gritos vissem senão cadelas e velhas, uma palavra aramaica, francesa ou alemã lhes sairia dos lábios, demonstrando a antiguidade da religião judaico-cristã ou o primeiro testemunho da existência da nação. A maior parte das crianças morria antes de atingir sequer a idade da fala, por falta de condições ou por falta de atenção, sabendo-se hoje que levam ambas a morte quase certa. Nas raras que sobreviviam, os solícitos cientistas invariavelmente encontravam o que procuravam, uma palavra que reconheciam, quase sempre com “mm” e “aa”, que afinal bem podia ser a imitação dos animais com que as crianças conviviam. Mas talvez a explicação mais fácil se encontre no corpo. O som “a” é a vogal mais fácil de pronunciar pelo aparelho fonador: a boca aberta, a língua baixa, o ar sai passando intacto pelas cordas vocais. O “a” sai de nós com a mesma naturalidade do espanto, da gargalhada ou do grito: aaahhh. O som “m” é a consoante que mais se lhe assemelha, mas o ar ai, com os lábios levemente cerrados, bilabiais, sem que haja necessidade sequer de premir os lábios, mas fazendo vibrar as cordas vocais, soltas: é como se fosse um longo gemido, de prazer ou de queixa: mmm. Juntos, levemente nasalada a vogal, saem com o véu palatino descontraído, mal fechando as fossas nasais. As mães fizeram certamente batota quando reservaram para si estes sons na maior parte das línguas do mundo: quase todas com “m” e “a”, “m” e “e” central e médio, ainda ou sobretudo nos diminutivos carinhosos: mãe, mamã, madre, mummy, mother, muther, moether, moder, umame, umme, man, mat, mam, me…
Para dizermos “pai”, ou ainda “papá”, o bebé aprimora a cavidade bocal. Já sabe jogar com os sons, já fez bolinhas com a saliva, divertiu-se a acumular o ar junto aos lábios cerrados com força e a de repente soltá-los como balão que se pica: pppp, bilabial como o mmmm, mas agora oclusiva e sem a vibração das cordas. Os sons que designam o pai são já sinal dessa força que é preciso ter para representar a “virilidade” muscular. À naturalidade com que pode sair-nos da boca a palavra “mãe” corresponde a igualmente necessária disciplina com que nos sai a palavra “pai”. Talvez não seja por acaso que muitas línguas opõem a naturalidade silenciosa da palavra “amor” à disciplina violenta da “paixão”. Nascemos do pai e da mãe. Como a poesia nasce da união do amor com a paixão, um doce, outra violenta, curiosamente trocados os artigos, como se o “o” do amor fosse a ponta negra do yang, diurno, e o “a” da paixão a ponta branca do yin, nocturno, alertando-nos para o quão falíveis são as divisões entre o masculinno e o feminino. Nos poemas de Vicente Ferreira da Silva, é também evidente essa mesma tensão: “Acontece poesia em ti/ sempre que olhas/ afirmando uma vida pulsante (…) Acontece poesia em ti/ sempre que ris/ criando umas curvas no rosto (…) Assim/ quando/ eternamente te penso (…) acontece também/ poesia em mim” (p. 13).
Para falar de amor é preciso sabermos que não nos bastamos. Toda a nossa identidade, construída laboriosamente á volta do “eu” e do “tu”, como se duas coisas autónomas fossem no universo, se desejam agora fundir num estranho “nós”, um singular-plural em que o “eu” e o “tu” se perdem ou se não conseguem bem encontrar: “Eu sou eu/ por tu seres./ Sou!/ Sou tu e eu/ sou nós./ Serei/ por ti/ nunca mais eu” (p. 25). O não nos bastarmos, porém, tem os seus perigos. Os perigos do amor, que são os mesmos que a guerra tem e por isso se dirá sem dúvida que no amor e na guerra vale tudo. Há no amor um dissimulado colonizador do “tu” que deseja tomar posse do seu território, o território do “eu”, filho dilecto dos deuses. Posse, bandeira, padrão, “pertença”: “Explorar – respondi./ (…) Quero o universo do teu ser,/ conhecer/ Para assim/ com uma pequena parte de mim/ o preencher” (p. 39). E por isso o“nós” está sempre por fazer ou refazer, exigindo “Viagens”, “Transformações”, “União”, “Dádiva”: “Procuro-te/ incessantemente./ Desejando/ que sim” (p. 45).
Para falar de amor é preciso enfrentar a desordem do discurso. O amor é um querer incompleto, por fazer, e por isso ao amoroso incomoda a frase feita, a sintaxe ordenada e fechada, como se o mundo estivesse todo feito. O amoroso sabe do seu estado fragmentado e nada mais lhe saem da boca, nada senão fragmentos, como ele estilhaços. Frases nominais, sem sujeito ou predicado, repetições, tentativas sempre imperfeitas. Busca-se em vão o adjectivo exacto, o termo rigoroso para o caos: “novos,/ opulentos,/ partilhados,/ queridos,/ responsáveis,/ sinceros,/ tentadores,/ únicos,/ variados,/ Xpto’s/ zodiacais./ És uma sucessão…” (p. 41). As palavras são peças de um puzzle, ainda sem um sítio certo: “A paz que me dás./ O amor que me tens./ O bem que me fazes” (p. 67). O amador demora-se nas hipérboles, só elas lhe parecem verosímeis, porque toda a atenção amorosa se centra em pormenores, peças soltas desmedidamente ampliadas: “Eu me ouso” (p. 61).
Para falar de amor é preciso amar, ainda que mal. Mesmo se para amar não seja preciso falar de amor e ele somente o peça como o código pede a formulação da lei, uma lei performativa, que seja real porque diz que é real: “Mas nunca pensei que as minhas palavras pudessem ser razão./ É por isso que me desprendo da mudez./ Porque amo o verbo” (p. 76). O amor ilude-se com as “declarações de amor”, as “promessas de amor”, as palavras. E por isso busca um estatuto literário, de estranhamento instituído: entre a declaração de amor, “Amo-te!” e o reconhecimento de “Ser amado” se instale um “Âmago” de discussão, âmago oco porque não resolvido pelo discurso: “Tu perguntas? Eu penso!/ Não sei porque […]/ Não sei porque […]/Não sei porque […]Não sei porque […]/ Tu perguntas? Eu respondo./ Não sei explicar […]”. Como também por vezes se basta com a mais comum das declarações: “Amo-te/ em todos os momentos./ Amo-te/ mesmo nos momentos/ que não são momentos/ nem pausas, porque até nas pausas te amo” (p. 65).
Para falar de amor é preciso desafiar o nosso manifesto interesse em ser amado. É aceitar afinal não ser amado e amar desmedidamente sem retorno, sem paixão e sem jogo, amor coxo, é certo, órfão de pai, mas fiel a um contrato injusto. Ainda assim naturalmente doce e fluido. Significativamente “30 mensagens de amor e uma recordação” são 31 dias de um monólogo que busca constantemente o diálogo, interpelando o outro, suplicando, recordando, prometendo, afeito a um “amo-te” que se transforma em “amei” ou “amar-te-ei”. Dádiva em todo o caso: “E seremos criadores do tempo. Nunca mais sozinhos ou transviados, mas entregues ao bater do coração, no embalo do sentimento que nos faz e preenche” (p. 82).
Para falar de amor é preciso falar do caminho que vamos abrindo ao caminhar. Caminho nunca feito, sempre a repetir, até o trigo e o joio desistirem de tapar o âmago de onde todos nascemos. Os nossos primeiros gestos, todos desajeitados, as nossas primeiras palavras, todas novas. As primeiras lembranças que temos de ter pedido alguma coisa, qualquer coisa que sabemos fazer-nos falta.

E, por fim, reproduzo uma carta que a Hercília Fernandes escreveu como resposta às 4 cartas que são oferecidas no livro, todas elas começando por: Minha Querida.

Caro Vicente,

sinto as tuas palavras como ondas eletromagnéticas, tamanhas as forças a nos atrair os sentidos, os pensamentos, convidando-nos à vida, à beleza, ao multiverso.
Imensos e ínfimos são os teus sentires. Assim como as laudas que, ora unidas, separam-nos os Oceanos…
Falas-me: “Cada um de nós cria os seus mecanismos para lidar com os sentimentos”. E metaforizas: “a geografia é uma esquina escondida”.
Bem sinto a tua ‘emoçãofísica’… A tua metáfora alçada na simplicidade da expressão, simultaneamente lapidada no complexo festim dos conceitos quânticos.
O sentimento, afetuoso amigo, sopra-nos contínuas e descontínuas proximidades, mas as distâncias consumem-nos as ânsias quando edificadas sob abismos.
Pois há areias em nossos olhos. Mudez em nossas línguas. Surdez em nossos ouvidos…
Há, ainda, rudeza em nossas mãos que não dispõem perspectivas às infinitudes do toque, mostrando-nos incapazes de ultrapassar fronteiras, os imediatismos das sensações, os dedos…
Dizes, meu querido, tens pensado a palavra sentida…
É essa palavra que procuro expandir-te. Somente assim poder-me-ia alcançar-te, unir-me a ti nesse sonho tardio, móvel, acordado…
Pois essa palavra interessa-nos à poesia. É essa palavra, como bem disseste, origem do pensamento sentido; guia-nos aos sonhos e confere unicidade ao instante poético, por isso mesmo ressoa e repercute nos sentidos, sentimentos e conceitos dos que a lêem, transformando-os.
Posto ser ancestralidade e infinitude. Élan entre memória e imaginação: devaneio.
E é no devaneio [poético] que nos tornamos Uno. Abrimos (des)caminhos à múltiplas potencialidades, vivências estéticas, experiências cósmicas, capazes de nos restituir a plenitude de nossa primeira constituição.
Falar-nos-ia um filósofo sonhador que o poeta não recua diante um gesto cósmico. Em sua ardente memória, o poeta sabe sê-lo um gesto da infância: como duvidar de um amante que por amor a sua amada ambiciona “apanhar a lua ”?…
Não temas em atrever-te, meu querido. As tuas palavras são melodias emergidas da solidão do poeta, do silêncio inaugural em que ressoam as “cordas da Harpa do Cosmos”. Por isso há – como pretendera a engenhosidade do Físico -, de apanhar-te a Lua, oferecê-la à tua Amada, unificando os corpos que, celestemente, habitam-nos os sonhos.
És um sonhador. Custa-te a longevidade do tempo e o curto espaço de separação… Tua alma clama poesia, daí a natureza de tua ‘emoçãofísica’, de tua ardente recordação, de tua saudade. Porém, tu sabes: “a lua, esse grande pássaro louro, tem seu ninho nalguma parte da floresta ”.
E, nessa parte ínfima, há realidades (im)possivelmente críveis…

Com a sinceridade dos afetos,
Sua Querida

Acontece Poesia


Beyond The Sea, originally uploaded by Bill Adams.

 

Acontece poesia em ti
sempre que olhas,
afirmando uma vida pulsante,
magnífica,
como
o cintilar das Estrelas no céu,
o resplendor brilhante do Sol
nos teus doces
e meigos olhos.

Acontece poesia em ti
sempre que ris,
criando umas curvas no rosto,
sensuais,
como
os campos de searas ao vento,
as ondas nas águas de um lago
ao sabor da quente
e harmoniosa aragem do Verão.
 
Acontece poesia em ti
sempre que andas,
alimentando o nascer de sentimentos,
sinceros,
como
o delicado desabrochar de uma flor,
o despontar do amanhecer da vida
no enternecido ser
do meu coração.

Assim,
quando
eternamente te penso,
te sinto,
te vivo,
por fim
acontece também
poesia em mim.

in 30 Mensagens de Amor e 1 Recordação

Vozes d’outros (27)

Com cinco letras apenas

 

“entre doces
avelaneiras
sob os açafroados
cálices do fruto
um pequeno acanto
disposto
do fundo da alma
a tantos sacrifícios
como os do salmão
da sabedoria
que
engoliu as nove avelãs
mágicas
como dizem os entendidos
e se tornou o aliado
dos adivinhos
a sua vibração
tão aguda e eléctrica
que traz consigo
a mais criativas das inspirações
essa é a planta da sabedoria
e Leucípe
leva-a consigo
quando procurou o pai e a irmã
e os encontrou
segundo as instruções
do oráculo
ou seja
vestida de sacerdote
e assim
foi vista e amada
e daí nasceu a trama
o prodígio
para que mais uma vez
o mundo continuasse
igual a si mesmo
apenas
um pouco mais gasto e tonto
não canto.”

 

Alberto Pimenta in Prodigioso Acanto

Lambe-Botas

corpos descalçados anunciam os sexos.

confessadamente!

e não há reconhecimento
…ou qualquer pudor em disfarce.

são as línguas que perfazem as faces,
desvirtuando o colo da sociedade,
onde a languidez errante da adulação,
nutrida em baba ressequida,
expressa sons sem tons.

nem o olhar tem voz!

porém,
quando as botas são mimadas,
em lambidelas ferozes e bafos sôfregos,
não existe realidade amarga.

há melhor do que uma língua sem boca?

in Sons Urbanos

Atitude

. 
Mirror Image, originally uploaded by siskokid 

 

“… Raramente sabemos do que somos capazes até nos depararmos com as situações …”
VIRGÍLIO, poeta latino (70-19 a. C.)

Na altura de enfrentar a situação
oxalá me seja permitido ver,
uma cabeça erguida
na face lisa do espelho
                                             reflectida.

E que a postura vista
não seja ao orgulho devida.

 

in Espelhos e Outras Faces

 

Sina


The Low Road, originally uploaded by Philippe Sainte-Laudy.

 

todo o percurso é um rascunho
que se executa na sensação do decorrer,
uma tentativa em exultação.

é normal o acontecer das camadas,
o renovar da tez,
no desperdício dos instantes.

só a mão cria o vazio do além,
num suspiro transpirado
que cede à sede do apelo:
irás descansar!

mas caminhamos a desejar o inverso do sentido,
num sentido que se versa aos pés.

e o véu lúgubre não é ilusão.
é a promessa do renascer.

eis porque o sonambulismo inflama a chama do que se fez!
eis porque se aguarda o paraíso!

 

JANUS (Happy New Year)

 
JANUS PATER by Yuri Firsanov, originally uploaded by mfirsanov.

 

As faces vigiam.
Tudo vêem.
Nada é desconhecido.

O conselho é proibido!
Só o acesso ao labirinto é permitido.
E o caminho?
Apenas por quem escolhe é percorrido.

Não há avisos!
Há portas que abrem,
vias que terminam
e destinos que começam.

As faces vigiam.
Tudo vêem.

Suspiram!
Depois do rumo ser conhecido.

in Deuses, Homens e o Universo

Faces watch.
Seeing all.
Nothing is unknown

Advice is forbidden!
Merely access to the maze is allowed.
And the path?
Just for those who choose.

There are no warnings!
Only doors opening,
roads ending
and fates that begin.

Faces watch.
Seeing all.

They sigh!
After the way is known.

in Gods, Men and the Universe

 

Sydney 2009 New Year Firework

Sydney 2009 New Year Firework by yury

 

Feliz Ano Novo! Happy New Year!

Vozes d’outros (26)

Le Reflet de l’Optimisme

 

“Commencer au début de la fin
S’arrêter au milieu de la main
Attendre un sens singulier
Trouver l’ultime originalité

Rien n’est vrai pendant l’été
Tout est trop beau, trop coloré
Rien n’est clair et ça fait le tour
Tout n’est que réel lors de l’amour

Finir jour après jour après temps
Lire dans le vent un mot constant
Rêver d’un concept désordonné
Susciter la dernière agrammaticalité

Mais rien n’est frais ni éclatant
Tout est trop mat, trop attristant
Rien n’est pur et ça reste pareil
Tout n’est que vécu lors du sommeil”.

 

Isabel Jorge Catarino

Passages


blue door, originally uploaded by Zé Eduardo….

 

new doors are born every day.
quiet, awaiting the fingertips grasp.

but inside us, blood is old.
only wind has permission to rejuvenate it.

the way to the darkness core is changing!
wind is time between doors
and doors must be shut.

that’s the essence of rebirth!

existence is an opening movement
that lingers in relativity.

back?
none will return.

in Substance(S)